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Contabilidade e Registro de Marcas: uma parceria estratégica que fortalece negócios

Contabilidade e Registro de Marcas: uma parceria estratégica que fortalece negócios

Se existe algo que aprendi atuando junto a empreendedores e empresas de diferentes portes, é que a base de um negócio forte não se limita à boa gestão operacional. Ela exige também planejamento estratégico, proteção patrimonial e a inteligência de tratar ativos intangíveis como eles merecem: como verdadeiras riquezas.

Nesse contexto, a integração entre contabilidade e registro de marcas não é apenas desejável. Ela é essencial.

Historicamente, o foco contábil esteve nos ativos tangíveis: imóveis, maquinários e estoques. Mas na nova economia, quem gera valor é a capacidade de criar, inovar e construir marcas que transcendam produtos.

Quando uma empresa registra sua marca, ela não está apenas protegendo seu nome. Ela está estruturando um ativo que pode ser avaliado, amortizado, licenciado, vendido. E é a contabilidade que viabiliza a expressão desse valor nos demonstrativos financeiros.

Marcas não são apenas elementos de marketing. São patrimônio.

Não é à toa que empresas como Natura e Petlove têm em suas marcas ativos altamente valorizados. A Natura, por exemplo, reforçou seu posicionamento global após a aquisição da Avon e a expansão da marca The Body Shop, consolidando uma identidade fortemente ligada à sustentabilidade e à inovação. Já a Petlove, após receber aportes relevantes de fundos de investimento, ampliou sua atuação no varejo e nos serviços digitais para pets, com base em uma marca que transmite confiança, comunidade e cuidado.

Quando olhamos para operações de fusões, aquisições e rodadas de investimento, é comum vermos que grande parte dos valores negociados está associada à propriedade de marcas fortes, registradas e bem geridas. Em muitos casos, a marca se torna o diferencial competitivo que sustenta a escalabilidade do negócio.

O registro de marca garante a exclusividade de uso e protege contra concorrência desleal. A contabilidade, por sua vez, permite transformar esse direito em valor reconhecido, monitorado e estrategicamente explorados e bem geridas.

O registro de marca garante a exclusividade de uso e protege contra concorrência desleal. A contabilidade, por sua vez, permite transformar esse direito em valor reconhecido, monitorado e estrategicamente explorado.

Vejo, muitas vezes, empresas perderem oportunidades valiosas simplesmente por não registrarem suas marcas a tempo ou por não integrarem esse ativo à sua estratégia contábil. O que poderia ser uma fortaleza competitiva se torna vulnerabilidade.

Registrar é proteger. Contabilizar é valorizar.

Quando marca e contabilidade andam juntas, surgem oportunidades como:

  • Licenciar marcas e gerar novas fontes de receita.
  • Fortalecer o balanço patrimonial para obter crédito.
  • Agregar valor em processos de venda ou expansão.
  • Reduzir riscos tributários.

Para que tudo isso seja possível, é fundamental que o registro de marca e de seus bens intangíveis seja tratado como um investimento estratégico e que haja integração entre as áreas jurídica, contábil e administrativa.

Não podemos mais enxergar o registro de marca como uma formalidade burocrática. Ele é parte do planejamento financeiro e da estratégia de crescimento.

Marca protegida é mais que segurança. É inteligência de negócio.

Algo que sempre me chama atenção positivamente é a postura do mercado contábil em relação à valorização de ativos intangíveis. A contabilidade, que muitas vezes é vista como uma área técnica e conservadora, mostrou-se, ao longo dos anos, um dos maiores aliados na evolução da proteção de marcas, patentes, softwares, direitos autorais e outros.

Profissionais contábeis que compreendem a relevância da propriedade intelectual para a sustentabilidade dos negócios têm um papel agregador e transformador. São eles que orientam seus clientes sobre a necessidade de registrar marcas, contabilizar direitos, estruturar patrimônios intangíveis e planejar estrategicamente o crescimento com base em ativos protegidos.

E há ainda uma virtude que merece destaque: o entendimento claro dos limites da sua atuação. Bons profissionais contábeis sabem reconhecer o momento certo de encaminhar seus clientes para especialistas em propriedade intelectual, compreendendo que proteger adequadamente um ativo exige conhecimento jurídico e estratégico especializado.

Essa consciência não é uma limitação, é uma demonstração de responsabilidade e respeito pela trajetória do cliente. E é exatamente essa postura que transforma escritórios contábeis em verdadeiros parceiros de crescimento, construindo redes de especialistas que agregam valor de forma genuína e consistente.

Admiro profundamente a capacidade dos escritórios contábeis e dos contadores modernos de perceberem a propriedade intelectual como parte integrante da saúde financeira dos seus clientes. Essa visão constrói negócios mais resilientes, mais valiosos e mais competitivos.

Quem protege e contabiliza seus ativos não apenas defende o que construiu, mas impulsiona seu futuro.

Em um mercado cada vez mais competitivo, quem compreende e aplica esse raciocínio sai à frente. Marcas registradas, contabilizadas e estrategicamente gerenciadas são diferenciais concretos que fazem toda a diferença entre empresas que apenas sobrevivem e empresas que verdadeiramente lideram.

Fontes:

  • International Accounting Standards Board (IASB) - Normas sobre ativos intangíveis
  • Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI)
  • World Intellectual Property Organization (WIPO) - Intellectual Property and Business

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